quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Polícia de Israel entra em confronto com manifestantes palestinos em Jerusalém

A polícia israelense entrou em choque com manifestantes palestinos nesta quinta-feira no bairro de Isawiya, em Jerusalém Oriental, indicaram forças de segurança.


policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que jogavam pedras contra os agentes. A polícia tentou bloquear o acesso ao bairro, onde vivem 13 mil palestinos.

Enfrentamentos têm acontecido com frequência nos últimos dois dias neste setor, devido à decisão das autoridades israelenses de fechar a entrada do bairro.

"Prendemos sete pessoas envolvidas nos distúrbios durante a noite", declarou o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld.

ASSENTAMENTOS

Jerusalém Oriental esteve em pauta nesta semana, em meio à polêmica gerada após o anúncio do Ministério do Interior israelense, autorizando a construção de mais 1.300 casas em bairros árabes da cidade.

Em reação, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, quer uma reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para discutir o avanço das construções israelenses em Jerusalém Oriental e em terras ocupadas na Cisjordânia, onde os palestinos planejam fundar seu Estado.

Israel disse nesta segunda-feira que avançará com os planos de mais 1.300 apartamentos em Jerusalém, terra anexada após a guerra de 1967. Outras 800 casas estão planejadas para o assentamento de Ariel, na Cisjordânia.

"Algo precisa ser feito no nível internacional para conter a expansão dos assentamentos que o governo israelense faz na Cisjordânia e Jerusalém", disse Nabil Abu Rdainah, porta-voz de Abbas.

Abbas instruiu sua delegação na ONU, onde os palestinos têm status de observadores, para pedir a reunião. O delegado palestino, Riyad Mansour, disse à Reuters por telefone de Nova York que faria o pedido através dos Estados árabes que são membros ativos.

FIM DA MORATÓRIA

As novas casas integram a primeira licitação pública de Israel desde que a moratória que congelou novas construções por dez meses expirou, no dia 26 de setembro. O anúncio deve complicar o processo de paz, já que a interrupção da expansão dos assentamentos é uma das questões primordiais exigidas pelos palestinos -- e pelos EUA, que atuam como mediadores.

O Ministério do Interior israelense disse que o lançamento da licitação pública é "apenas uma etapa protocolar", e o início de fato das obras deve levar "anos". Efrat Orbach, membro do ministério, disse que estes planos foram aprovados há seis meses, mas por decisões "técnicas" o governo resolveu torná-los públicos somente agora.

Para o principal negociador palestino, Saeb Erekat, o anúncio é um sinal "de má fé" do governo israelense, independente de quando as obras comecem, de fato. Ele disse que os palestinos tinham a esperança de que a viagem do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, aos EUA tivesse como objetivo uma "opção entre a paz ou os assentamentos".

"Infelizmente, mais uma vez, quando precisa escolher, ele opta pelos assentamentos. Nós colocamos total responsabilidade nele pelo colapso das negociações", disse Erekat.

A legislação internacional considera todos os assentamentos israelenses construídos em território ocupado na Guerra de 1967 (Cisjordânia, Gaza, Jerusalém Oriental) ilegais e entende que supõem um sério obstáculo para a paz e o estabelecimento de um futuro Estado palestino.



Fonte: Folha.com



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